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Feira de Filmes Alternativos e Raros



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BRASILEIROS

Cinema Brasileiro:

"ABC da greve" de Leon Hirszman

Documentário acompanha a greve do ABC de 1979, desde as assembléias dos trabalhadores até as negociações de Lula e das direções sindicais com os empresários que culminam no fim da greve, cujo prejuízo causado aos capitalistas é subsidiado pelo governo. Há cenas belíssimas de metalúrgicos trabalhando nas fábricas e reveladoras relações entre a implantação das indústrias e o surgimento das periferias. Também conte´m os seguintes filmes: "Ecologia": Denuncia os efeitos nefastos do crescimento industrial descontrolado sobre o meio ambiente. "Megalópolis": o filme discute o destino da região sudeste brasileira, e questiona: "temos capacidade de produzir um projeto mais feliz para a humanidade?" "Deixa que eu falo": Realizado por Eduardo Escorel, companheiro de Leon, o documentário refaz a trajetória do cineasta e de sua época.




"Anjos do Sol" de Rudi Lagemann

Maria, uma menina de 12 anos, é vendida pela família, no
interior do nordeste brasileiro, a um recrutador de prostitutas, que a envia para um prostíbulo localizado numa pequena cidade na floresta amazônica. Após meses sofrendo abusos com outras meninas, Maria consegue fugir e atravessa o Brasil na carona de caminhões. Mas a prostituição coloca-se novamente no seu caminho.





"O ano em que meus pais saíram de férias" de Cao Hamburguer

1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade.

NOVO “Bahia de todos os santos” de Trigueirinho Neto

Em Salvador, durante a ditadura de Vargas, o marginal Tonio sofre o desajustamento social e religioso. Sua amante quer afastá-lo dos companheiros, mas ele envolve-se num conflito entre grevistas e a polícia, terminando por roubar os pertences da amante para ajudar os perseguidos. Insatisfeita nos planos sentimental e sexual, ela o denuncia, comprometendo-o politicamente. Ele é preso e, quando volta para a família, seu drama íntimo permanece.


NOVO “O Bandido da Luz Vermelha” de Rogério Sganzerla

Jorge, um assaltante de casas de luxo em São Paulo, apelidado pela imprensa sensacionalista de "Bandido da Luz Vermelha", desconcerta a polícia com seu comportamento fora do comum. Além de usar uma lanterna vermelha, ele possui as vítimas, conversa com elas e faz fugas ousadas para depois gastar o dinheiro roubado de maneira extravagante. O mundo de Jorge é povoado de tipos como o detetive Cabeção, a prostituta Janete Jane e o político corrupto J. B. Silva.

“Batismo de Sangue” de Helvécio Rattón

No final dos anos 60 o convento dos frade dominicanos de São Paulo é uma trincheira de resitência á ditadura militar no Brasil. Movidos por ideais critãos, os freis Betto, Oswaldo, fernando, Ivo e Tito apóiam o grupo guerrilheiro ALN, comandado por Carlos Marighella. Frei betto ajuda perseguidos políticos á escapartem do país pelas fronteiras no sul até ser preso e transferido para um presídio em SP, onde encontra seus companheiros vivendo sob terríveis torturas. Meses depois, Frei Tito estava no grupo de presos políticos trocados pela liberdade do embaixador suíço e foi mandado, contra sua vontade, para o exílio na França. mesmo longe do Brasil, Tito não consegue ficar livre de seus carrascos, se sentindo constantemente vifgiado e ameaçado. Com intuito de por fim ao seu martírio, acaba comentendo suicídio.


"Bye Bye Brasil" de Carlos Diegues

Salomé (Betty Faria), Lorde Cigano (José Wilker) e Andorinha são três artistas ambulantes que cruzam o país juntamente com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos para o setor mais humilde da população brasileira e que ainda não tem acesso à televisão. A eles se juntam o sanfoneiro Ciço (Fábio Junior) e sua esposa, Dasdô (Zaira Zambelli), com os quais a Caravana cruza a Amazônia até chegar a Brasília.





“O Bom Burguês” de Oswaldo Caldeira

O bancário Lucas apóia financeiramente organizações revolucionárias distintas: uma contrária à guerrilha e outra, favorável à luta armada. Joana é irmã de Lucas, mas não sabe de suas atividades clandestinas. Mas tudo pode acontecer após o seqüestro de um embaixador suíço. Entre a tensão e a incerteza, Joana se apaixona pelo guerrilheiro Lauro, o grupo é descoberto e seu líder, morto. Agora a identidade de Lucas está por vir à tona. E pelas mãos de sua própria irmã.




“Cabra Marcado pra Morrer” de Eduardo Coutinho

No início da decada de sessenta, um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida,interpretada pelos própios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois o Diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, disersados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.

“O Caso dos Irmãos Naves” de Luís Sérgio Person

Conta a história real, ocorrida na pequena Araguari (interior de Minas Gerais), da prisão, tortura e morte de Joaquim e Sebastião Naves, injustamente acusados de um crime na época do Estado Novo de Getúlio Vargas. Presos e torturados, os Naves são obrigados a confessar um crime que não cometeram. Em 1968, foi considerado o melhor filme do ano e, em 1972, fez grande sucesso em Nova Iorque, impressionando a crítica local. O caso é considerado o maior erro judiciário do Brasil.





“Cronicamente Inviável” de Sergio Bianchi

Tendo como pano de fundo trechos de vida de seis personagens, o filme mostra a árdua tarefa de sobreviver física e mentalmente em meio ao caos da sociedade brasileira; dificuldade esta que atinge a todos independentemente da posição social ou da postura assumida.




"Deus e o Diabo na Terra do Sol" de Glauber Rocha

A obra-prima de Glauber Rocha que se tornou um dos marcos do Cinema Novo Brasileiro. Depois de matar o patrão, o vaqueiro Manuel e sua mulher Rosa vagam pelo sertão, encontrando um deus negro, um diabo loiro e o temível Antônio das Mortes.







“O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” de Glauber Rocha

Este filme conta alegoricamente a luta dos fracos contra os fortes, dos oprimidos contra os dominadores. O coronel Horácio representa o poder pela força, a corrupção. Ele dita as regras em vila Jardim das Piranhas, e é lá que acontecem os conflitos de interesses e comportamentos. Antônio das Mortes é contratado para matar um novo líder cangaceiro . Mortes, traições, misticismo e adultério são os ingredientes desta história repleta de cenas fortes. O diretor Gláuber Rocha trata tudo de uma forma alegórica, miisturando cordel e ópera, priorizando a música e os ritos folclóricos próprios da população nordestina.




“Eles Não Usam Black Tie” de Leon Hirszman

Baseado em obra de Gianfrancesco Guarnieri. Em São Paulo, em 1980, o jovem operário Tião e sua namorada Maria decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio, um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar.




“Eternamente Pagú” de Norma Benguell

Inspirado na vida de Patrícia Rehdler Galvão (1910-1962), a Pagu, uma das figuras mais polêmicas do modernismo brasileiro. A história se passa nos fins dos anos vinte, e Pagú ainda não tem nem vinte anos e já encanta os meios intelectuais avançados de São Paulo, da mesma forma que escandaliza os conservadores. É apresentada aos membros da ala radical do movimento modernista, liderada por Oswald de Andrade, brilhando entre estrelas não menos cintilantes, como a pintora Tarsila do Amaral. Pagú e Oswald se aman. Têm um filho, militam no Partido Comunista, fundam um jornal. Pagú vai à Argentina, onde encontra Luiz Carlos Prestes. Participa de uma greve em Santos e é presa pela primeira vez. Em seguida, parte numa viagem pelo mundo, deixando Oswald e o garoto e sempre convivendo com artistas e militantes de esquerda.

NOVO “Os Fuzis” de Ruy Guerra

No Nordeste, fazendeiros da região não conseguem ter uma colheita suficiente para sobreviverem em sua terras áridas. Quando um homem santo chega e prega que seu boi "sagrado" traria chuva se eles o seguissem, os camponeses ingênuos acreditam nele e seguem a criatura mística até um povoado próximo, onde está um agrupamento de soldados guardando um armazém de provisões do governo e um motorista de caminhão. Aí a tensão culmina em um conflito entre os camponeses famintos, incitados pelo motorista à revolta, e os guardas armados, e mortes desnecessárias ocorrem, incluindo a do caminhoneiro. "Os Fuzis" mostra as características do Cinema Novo, com sua mistura de expressivos componentes estéticos e poderosos assuntos de importância sócio-política.


“Glauber o Filme - Labirinto do Brasil “ de Silvio Tendler

Documentário sobre a vida e a morte de Glauber Rocha, o polêmico cineasta baiano que revolucionou o cinema, promovendo uma radical revisão na cultura brasileira. Imagens do enterro, depoimentos recentes de quem acompanhou sua trajetória, seu pensamento e idéias, explodem na tela num filme-tributo à memória de um artista que idealizava um cinema independente e libertário.

"Grande Sertão Veredas" de Geraldo dos Santos Pereira, Renato dos Santos Pereira, Walter G. Durst

Após escrever com alta intensidade criativa durante dois anos, Guimarães Rosa chega ao terceiro livro em 1956; Grande Sertão: Veredas traz uma narrativa épica que se desenrola por 600 páginas e mostra de maneira inovadora para sua época e com uma impressionante técnica literária, o jeito rude do homem do sertão mineiro. Mais que um simples romance, Guimarães Rosa nos brinda com um "amor proibido" de imensa profundidade psicológica entre os personagens Riobaldo e Diadorim. O livro alcança tamanho impacto que extrapola os limites da língua sendo traduzido com enorme sucesso comercial para vários países. Em 1965, os irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira, com muito talento, realizaram esta dígna primeira adaptação da obra, antecipando-se exatos 20 anos da adaptação para a TV através da minissérie homônima, um marco na história da televisão brasileira.
Da obra de Guimarães Rosa, um clássico de nossa literatura, levado às telas em uma adaptação vibrante que mostra uma parte de nossa história.




NOVO “O Homem que Virou Suco” de João Batista de Andrade

Deraldo, poeta popular recém-chegado do Nordeste a São Paulo, sobrevivendo de suas poesias e folhetos é confundido com o operário de uma multinacional que mata o patrão na festa que recebe o título de operário símbolo. O filme aborda a resistência do poeta diante de uma sociedade opressora, esmagando o homem dia-a-dia, eliminando suas raízes.

“A Igreja dos Oprimidos” de Jorge Bodansky & Helena Salem

"Igreja dos Oprimidos" é um documentário que,conta várias histórias: da luta dos trabalhadores rurais de Conceição para recuperar seu sindicato; de dona Mariquinha, viúva de um posseiro assassinado e seu milagroso esforço para sobreviver com os seis filhos; de Rosa e o trabalho comunitário no bairro de Olaria; do camponês Pé de Ouro e sua família vivendo na mais extrema miséria; de Oneide, a viúva de Gringo, o líder rural morto por pistoleiros quando disputava em 1980 a presidência do Sindicato de Conceição etc..


"O Invasor" de Beto Brant

O Invasor narra a história de três amigos - companheiros de faculdade que são sócios em uma construtora. Tudo corre bem até o dia em que um desentendimento na condução dos negócios os coloca em conflito.
Estevão , o sócio majoritário, ameaça desfazer a sociedade. Ivan e Gilberto , acuados, resolvem eliminar o sócio, acreditando que poderão conduzir a construtora de modo diferente. O plano dá errado quando Anísio, o matador contratado, passa a interferir nos negócios da empresa.

NOVO “Os Inconfidentes” de Joaquim Pedro de Andrade

O filme reconstitui criticamente fatos, idéias e personagens ligados à Inconfidência Mineira, revisando o significado histórico tradicional. Tiradentes é torturado para confessar sua participação na insurreição contra a coroa. Os demais envolvidos já o haviam feito, todos procurando se isentar da responsabilidade maior: Tomás Antônio Gonzaga, José Inácio de Alvarenga Peixoto, José Alvares Maciel, o coronel Francisco de Paula Freire e o padre Carlos Corrêa de Toledo; Cláudio Manoel da Costa mata-se na prisão. Tiradentes assume a responsabilidade completa pela insurreição, e a rainha de Portugal, Dona Maria I, comuta a pena capital de todos, menos de Tiradentes. O enforcamento é encenado diante de um grande público. Seguem-se o esquartejamento e as homenagens contemporâneas ao mártir da Independência.
"Lamarca” de Sérgio Rezende

Crônica dos últimos anos na vida do capitão do exército Carlos Lamarca (Paulo Betti) que, nos anos da ditadura, desertou das forças armadas, e passou a fazer oposição, tornando-se um dos mais destacados líderes da luta armada.

NOVO “Macunaíma” de Joaquim Pedro de Andrade


Macunaíma, uma adaptação da rapsódia de Mário de Andrade, é a história de um anti-herói, ou “um herói sem nenhum caráter”, nascido no fundo da mata virgem. De preto vira branco, troca a mata pela cidade onde vive incríveis aventuras acompanhado de seus irmãos. Na cidade segue um caminho zombeteiro, conhecendo e amando a guerrilheira Ci e enfrentando o vilão milionário, Venceslau Pietro Pietra, para reconquistar o amuleto que herdara de Ci, o muirakitã. Vitorioso, Macunaíma retorna á floresta carregado de eletrodomésticos, inúteis troféus da civilização.


“Memórias do Cárcere” de Nelson Pereira dos Santos
DVD Duplo

Memórias do Cárcere é uma adaptação do livro homônimo de Graciliano Ramos. O escritor, durante o período que permaneceu na secretaria da educação de São Paulo, revolucionou os métodos de ensino da época. No entanto, devido as suas idéias, consideradas "extremistas", foi demito em 1936. Ainda nesse ano, precisamente no dia 3 de março, é preso sob a acusação de ligação com o Partido Comunista. A acusação é falsa, pois Graciliano se entraria para o PCB em 1945. Mesmo sem acusação formal ou julgamento, é deportado para o Rio de Janeiro, onde permanece encarcerado até 1937. Dessa experiência resultou a obra "Memórias do cárcere", que só começou a ser escrita em 1946.

"Meninas" de Sandra Werneck

Evelin, 13 anos, descobriu que estava grávida de seu namorado, 22 anos, recém desligado do tráfico na Rocinha, onde vivem. A gravidez não a impede de continuar sendo a garota de sempre. Fazer um aborto nem passou pela cabeça de Luana, 15 anos, quando ela descobriu que estava grávida. Sempre ajudando a mãe a criar as irmãs mais novas, já alimentava a idéia de ter um filho "só para ela". Edilene, 14 anos, espera um filho de Alex, por quem é apaixonada e que engravidou, ao mesmo tempo, sua vizinha, Joice, de 15 anos. Edilene já vai viver o drama de um triângulo amoroso. Ao longo de um ano a equipe acompanhou o cotidiano destas quatro "meninas-mães".

NOVO “Morte e Vida Severina ” de Zelito Viana

Morte e Vida Severina é um filme brasileiro de 1977, escrito e dirigido por Zelito Viana, baseado no auto homônimo de João Cabral de Melo Neto. A obra tem caráter religioso, tanto que o subtítulo da obra é "auto de natal pernambucano", apresentando também caráter regionalista. Escrito em versos curtos, o poema mantém ritmo rápido e agradável sem perder a musicalidade. A obra merece destaque, pois procura denunciar os males vividos pelo nordestino na luta contra a miséria, a doença e a morte. Assim vive Severino, cercado de morte e sofrimento por todos os locais por onde passa. A obra segue dois movimentos: a morte e a vida que é acompanhada pela dor e só no final, com o nascimento do filho de um carpinteiro, surge a esperança. Realizando a fusão de tons e ritmos da poesia popular com a densidade e riqueza estrutural, a obra de João Cabral de Melo Neto pode ser considerada um dos momentos mais altos da nossa literatura moderna.


NOVO"Narradores de Javé" de Eliane Caffé

Moradores de Javé, povoado ameaçado de extinção - pois será encoberto pelas águas de nova hidrelétrica - se unem para reconstruir, com testemunhos da memória oral, sua história. O fazem com muito humor e picardia, ora com grandeza épica, ora com deboche. O presepeiro Antônio Biá faz as vezes de um Homero sertanejo.




”O Pagador de Promessas” de Anselmo Duarte

Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes), vivem em uma pequena propriedade a 42 km de Salvador (Bahia). Um dia, o burro de estimação do Zé foi atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa à Santa Bárbara, para salvar seu animal. Com o restabelecimento do animal, Zé põe-se a cumprir a promessa, doa metade de seu sítio para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com o cafetão bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionízio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé ter feito sua promessa em um terreiro de candomblé.
"Pixote - a Lei do mais fraco" de Hector Babenco

O filme é um retrato da realidade nas ruas de São Paulo, onde crianças têm sua inocência retirada ao entrarem em contato com um mundo de crimes, prostituição e violência. Na história, Pixote foi abandonado por seus pais e rouba para viver nas ruas. Ele já esteve internado em reformatórios e isto só ajudou na sua "educação", pois conviveu com todo o tipo de criminoso e jovens delinqüentes que seguem o mesmo caminho. Ele sobrevive se tornando um pequeno traficante de drogas, cafetão e assassino, mesmo tendo apenas onze anos. O ator Fernando Ramos da Silva, que interpreta o personagem-título, envolveu-se na vida real com crimes e foi assassinado num conflito com a polícia em 1987.





NOVO "Pra Frente Brasil" de Roberto Farias

Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".




“Preto Contra Branco” de Wagner Morales

Uma tradição de quase 32 anos e praticamente desconhecida na capital paulista é o ponto de partida do documentário Preto contra Branco, que discute o preconceito racial no Brasil usando como referência uma partida tradicional de futebol de várzea com moradores de dois bairros de São Paulo. Detalhe: é um jogo de pretos contra brancos. Desde 1972, um grupo de moradores do bairro de São João Clímaco e da favela de Heliópolis, na zona sul da capital, organizam um jogo de futebol de brancos contra pretos em um campo de várzea, no final de semana que antecede ao Natal. Em uma comunidade altamente miscigenada, composta basicamente por mulatos, a peculiaridade da partida é a auto-atribuição da raça pelo participante. Cada jogador se declara negro ou branco e "escolhe seu time". O documentário também investiga a disputa espacial e as noções de prioridade numa comunidade carente.

”Quilombo” de Carlos Diegues

Num engenho de Pernambuco, por volta de 1650, um grupo de escravos se rebela e ruma ao Quilombo dos Palmares, onde existe uma nação de ex-escravos fugidos que resiste ao cerco colonial, entre eles Ganga Zumba, um príncipe africano. Tempos, seu herdeiro e afilhado, Zumbi, contesta as idéias conciliatórias de Ganga Zumba e enfrenta o maior exército jamais visto na história colonial brasileira.





“Quase dois irmãos” de Lúcia Murat

Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um projeto social nas favelas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na década de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns.
“Quanto vale ou é por quilo?” de Sergio Bianchi Quanto Vale ou É Por Quilo? desenha um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas, no fundo, semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica sócio-econômica, embalada pela corrupção impune, pela violência e pelas enormes diferenças sociais. No século XVIII, época da escravidão explícita, os capitães do mato caçavam negros para vendê-los aos senhores de terra com um único objetivo: o lucro. Nos dias atuais, o chamado Terceiro Setor explora a miséria, preenchendo a ausência do Estado em atividades assistenciais, que na verdade também são fontes de muito lucro. Com humor afinado e um elenco poucas vezes reunido pelo cinema nacional, Quanto Vale ou É Por Quilo? mostra que o tempo passa e nada muda. O Brasil é um país em permanente crise de valores.

“Rádio Favela, um no ar” de Helvécio Ratton

Jorge, Brau, Roque e Zequiel são quatro jovens amigos que vivem em uma favela de Belo Horizonte e sonham em criar uma rádio que seja a voz do local onde vivem. Eles conseguem transformar seu sonho em realidade ao criar a Rádio Favela, que logo conquista os moradores locais por dar voz aos excluídos, mesmo operando na ilegalidade. O sucesso da rádio comunitária repercute fora da favela, trazendo também inimigos para o grupo, que acaba enfrentando a repressão policial para a extinção da rádio.


“São Bernardo” de Leon Hirszman

Baseado no romance homônimo de Graciliano Ramos. No interior de Alagoas, o filho de camponeses Paulo Honório, é um mascate que perambula pelo sertão a negociar com redes, gado, imagens, rosários e miudezas. Cria uma obsessão, arrancar a fazenda São Bernardo das mãos de seu inepto dono, o endividado Luiz Padilha, transformando este em seu empregado.
"São Paulo S.A.” de Luis Sérgio Person

Carlos (Walmor Chagas) é um jovem de classe média que se junta a um rico empresário do setor automobilístico de São Paulo. Ele é casado, tem um bom trabalho e boa vida social, mas nunca está realmente satisfeito e pretende dar uma reviravolta em sua vida. O filme trata do momento do rompimento com a vida burguesa, limitada ao trabalho e à acumulação de bens. Seria também um rompimento com a cidade, porém, ao afastar-se dela, Carlos se dá conta que esse ato é impossível e resolve voltar para "recomeçar". Esta obra é considerada uma das únicas representantes paulistas do Cinema Novo e recebeu o Prêmio de Público na I Mostra Internacional do Novo Cinema, em 1965, na Itália.

"Terra em Transe" de Glauber Rocha DVD Duplo

Esta Edição Especial em DVD duplo apresenta, a versão totalmente restaurada de Terra em Transe, e mais de duas horas de extras, incluindo o documentário inédito Depois do Transe, de Paloma Rocha e Joel Pizzini, que traz raro material de arquivo, incluindo o lendário debate no MIS - Rio de Janeiro (1967), entrevistas com elenco e equipe, e sobras de montagem. Terra em Transe é um espetáculo poético, sobre o transe político pelo qual passam os países da América Latina. Considerado o mais importante e polêmico filme de Glauber Rocha e um dos precursores do Cinema Novo e do movimento tropicalista.


“Vidas Secas” de Nelson Pereira dos Santos

Vidas Secas é baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos. Foi o único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca. Neste filme fica perceptível a influência marcante do neo-realismo italiano na obra do diretor Nelson Pereira dos Santos. A estória se passa no nordeste, onde pressionados pela seca, uma família de retirantes composta por Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, atravessam o sertão em busca de meios para sobreviver.